quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Rodeio, cultura, entretenimento...


No último dia 22, o jornal Bom Dia Sorocaba publicou duas cartas de seus leitores com argumentos favoráveis aos rodeios e nos atacando – ao grupo que articula o Movimento Sorocaba sem Rodeio.
Respondi a carta nos seguintes termos.


Rodeio, cultura, entretenimento...

Com relação às duas cartas publicadas na edição de 22 de outubro no “Bom Dia”, argumentando que os Rodeios são atividades culturais, que movimentam a economia, que os touros não são machucados, que fazemos churrascadas com carne bovina em nossas reuniões (sic), gostaria de manifestar-me.
O Coliseu da Roma antiga já teve atividades consideradas, naquela época, como “culturais”, promovendo o “entretenimento” da população; as touradas, infelizmente, ainda reúnem milhares de admiradores em boa parte do mundo, embora haja um número cada vez maior de “torcedores do touro”; as brigas de canários e galos também já foram consideradas “culturais”. Movimentar a economia? Ora, a compra e venda de drogas também movimenta. Então, calcar as argumentações em “entretenimento” “Cultura” em “geração de empregos”, é por demais superficial. Nem vou entrar nessa argumentação pobre de que fazemos churrascadas.
O debate é: de que cultura estamos falando, de que tipo de entretenimento?
O que está em debate, no plano de fundo, são os paradigmas que devem alicerçar a relação do ser humano para com o meio ambiente, incluindo-se aí sua relação com as árvores, com os rios, com os animais selvagens, com os domésticos e domesticados, enfim, sua relação com o planeta. As perguntas são: porque fazê-los sofrer para nossa diversão? Que direito temos sobre eles a ponto de torturá-los e matá-los para nosso prazer?
Por último, os missivistas querem nos fazer crer que não há sofrimento animal, tortura, estresse nos rodeios. É, os bois e cavalos corcoveiam de plena felicidade para serem aplaudidos ao final. A gente é que, em nossa ignorância, não entende essa sutil linguagem animal.

4 comentários:

Anônimo disse...

Prezado futuro prefeito Gabriel,
vamos convir que esse cartaz com a suástica está demais. Demais de ruim, sô.
O Nazismo foi a coisa mais próxima do mal absoluto que já passou pela terra.
E foi mal que se abateu sobre seres humanos, nossos semelhantes.
Não vamos vulgarizar essa chaga. Devemos ter respeito com isso.
Até na música o poeta disse:
"porque gado a gente marca, tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente".
Devagar com o andor Gabriel.

Zenildo.

cassio disse...

Parabéns Gabriel!! É o que posso descrever após ler algumas besteiras aqui neste mesmo espaço. Infelizmente,há pessoas imaturas e altamente egoístas falando indevidamente, porém sabemos de tudo isso e estamos preparados para transpor qualquer tipo de comentário primário,insensível e infundado. Não se preocupe, faz parte da nossa existencia e evolução esse tipo de comportamento atrasado. Eles também entenderão um dia... Tudo de ótimo a voce e fico feliz por saber qua há pessoas que honram sua existencia, pregando um mundo de maior harmonia e paz!!!

Robson Fernando de Souza disse...

Gabriel, parabéns e obrigado pela resposta. Três pontos que quero relevar:

1. Foi uma ótima resposta a quem defende atrocidades em nome da "cultura" e do "entretenimento".
2. A resposta foi publicada no jornal?
3. Gostei de tudo na carta, menos do uso unissex da palavra "homem". Os motivos, peço que você leia aqui:
http://conscienciaefervescente.blogspot.com/2009/06/androcentrismo.html

Abs

Gabriel Bitencourt disse...

Caro, Robson!

Nem li o texto sugerido, ainda. Fui direto no meu blog acertar o erro cometido e, oportunamente, apontado por vc.
Equívocos que, em razão de muitos anos de uso, inadvertidamente, acabamos cometendo-os.
Obrigado pela crítica e um abraço!
P.S. Agora irei lê-lo.
Parabéns pelo "Consciência Efervecente"!