quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Um Natal diferente, um Natal em comemoração à vida!




É comum que no Natal, como em tantas outras festas, para alegrarmos nosso paladar provoquemos a morte de galinhas, perus, porcos, vacas, entre outros animais. Eles são mortos porque nós iremos comê-los. Claro! Quase todos eles transportados e mortos a base de muito sofrimento. Ah! Mas são galinhas, porcos, vacas... Há lugares no mundo em que se comem cachorros, gatos e nós nos horrorizamos com isso. Talvez, no Natal, eles escolham, no restaurante, um belo cachorrinho para a ceia. Por aqui, escolhemos patos, perus, carneiros...Lá, cachorros, gatos, coelhinhos e, até, insetos estranhos à nossa culinária! Qual é a diferença?
O Natal nos remete a pensamentos de paz, solidariedade, fraternidade, amor...Vamos colocá-los em prática? Ao menos na noite de Natal?
Proponho uma ceia vegetariana.
Irc! Ceia vegetariana? Ceia de alface, cenoura e chuchu? Não. Claro que não! A comida vegetariana tem que ser equilibrada (carboidratos, proteínas, vitaminas e sais minerais), pode ser light e DEVE ser gostosa. Nesse Natal, experimente ajudar a salvar um desses bichinhos e, de quebra, tenha uma ceia saudável, nutritiva e gostosa! Ah! E mais barata! Veja quantas possibilidades! Entradas Bruschettas - tradicional, de shitake, de caponata; Pão sírio com coalhada seca, homos ou babaganuchi; Guacamole. Saladas Salada de radichio, alface americana e agrião, com molho pesto e crouton; Salada de alface americana, rúcula e molho dijon; Salada de tomate com mozzarela de búfala e manjericão; Salada de fuzili integral com brócolis, abrobrinhas, aspargos e cogumelos; Salada de folhas com queijo gratinado; Salada de folhas com manga e uva itália; Pratos Quentes Couscous marroquino com manga grelhada; Fundo de alcachofra recheado com molho de tomate e queijo ao forno; Quiche de alho poró e a infinidade de quiches vegetarianos existentes; Lazanha de abobrinha ou de beringela; Arroz integral com lentilha; Todas as massas (devem ser integrais) sem molho de carne (molhos de queijo ou de funghi ou pesto); Brócolis e castanha de caju com arroz integral; strogonofe de "carne" de soja; Abobrinha ou beringela recheada; Soufles de legumes; Mousse de acelga com agrião; Sobremesas Todas são vegetarianas

P.S.1 Este artigo não tem a pretensão de “fazer a cabeça” de ninguém, no sentido de buscar a imposição de idéias, de conceitos. Quero, sim, mostrar apenas que há alternativas de uma dieta saudável e coerente com o chamado “espírito natalino". Quero, também, provocar a discussão sobre a importância de começarmos, ao menos, refletir – em tempos de crise ambiental – sobre a necessidade de mudanças de nossos hábitos de consumo, inclusive, de nossos hábitos alimentares. *Pra a elaboração de quaisquer desses pratos é possível se buscar a receita “nele”, no “oráculo”, “naquele que tudo sabe”, no Google! rs rs

P.S.2FELIZ NATAL A TODOS!

P.S.3Desculpem o repeteco do texto. É que é Natal, de novo! rs

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Eco-chato?



Dia destes, depois de tentar, sem sucesso, que as autoridades competentes impedissem o corte de várias árvores nativas em um bairro da região central de nossa cidade, duas pessoas me ligaram para que eu pudesse intervir. Lá fui eu, fazendo às vezes de autoridade constituída.
Poucos dias após, um vizinho estava pondo abaixo uma árvore plantada na calçada na frente de sua casa. Parei o carro e procurei explicar sobre a ilegalidade do ato e o erro, do ponto de vista ambiental.
Na semana seguinte, outro vizinho promovia a mesma ação. Novamente desci do carro, e, entre as diversas explicações e tergiversações ouvi, estupefato, a de que a inocente quaresmeira que enfeitava a calçada era esconderijo de marginais(sic). Não pude conter a ironia: “Minha senhora, tá descoberta uma forma eficaz de combate à criminalidade! Proporemos o corte de todas as árvores da cidade”, disse-lhe.
Um pouco antes destes fatos, havia denunciado à Promotoria que um estabelecimento comercial construiu um estacionamento em Área de Preservação Permanente, situada a poucos metros do leito do Rio Sorocaba, bem no centro da cidade. Note bem o que escrevi: Área de Preservação Permanente.
Não consigo controlar o ímpeto de parar, discursar, vociferar e denunciar quando testemunho agressões ao meio ambiente, mas, fico me perguntando: se um cidadão (eu) entre 576.068, num raio de quase 456 km2, em apenas um mês, se depara com todos estes fatos, o que não deve passar longe de nossos olhos e dos olhos das “autoridades competentes”em todo o território do município?
No que tange à arborização urbana, as leis não têm se mostrado suficientes. É necessário, minha cara amiga Jussara, secretária de Meio Ambiente, que se realizem campanhas intensas para a divulgação da proibição e as conseqüências relativas ao desrespeito, especialmente da legislação municipal específica e da lei de crimes ambientais.
Necessária, também – e cuido de solicitar publicamente - que se realize uma audiência pública, com a presença de especialistas e demais interessados para a revisão da legislação municipal. Legislação, aliás, oriunda de um Projeto de Lei de Iniciativa popular, cujas ações para a coleta de 13 mil assinaturas, tive a honra de coordenar.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O Projeto Mucky e o papel de cada um





Recentemente, tive a oportunidade de conhecer o projeto Mucky, criado em 1985 para dar assistência a primatas brasileiros provenientes de abandono ou do tráfico de animais silvestres. É o único do gênero no Brasil.
Foi muito bom ver a dedicação, a sensibilidade, a generosidade e o carinho para com primatas, filhos de nossas matas. Aliado a estes atributos, ressalto a alta competência tecno-científica.
Tudo isto deveria deixar-me feliz. Em parte, fiquei, especialmente, por conhecer pessoas com elevado grau de desprendimento e generosidade.
Mas foi muito sofrido conhecer os motivos que fizeram com que cada um daqueles saguizinhos ou bugios chegassem até o Projeto Mucky. Um deles, por exemplo, ficou cego por conta da brasa de cigarro que lhe foi colocada próximo da córnea. Muitos têm problemas seríssimos de locomoção em razão de maus tratos ou de processos absurdos de transporte desses bichinhos para o comércio.
Ruim também ver a dificuldade pela qual passa o projeto por falta de receita sistemática que dê a sustentação que merece e necessita.
O Muckyenfrenta sérias dificuldades para manter sua estrutura e o seu padrão de qualidade de atendimento.
Eles fazem, e bem feito, a parte deles.
O que cabe a nós?
Cada um de nós que se dispõe a ter um bichinho silvestre como animal de estimação deveria saber que estimula o tráfico de animais. Deveria saber que poucos sobrevivem nesse caminho, especialmente, por conta das condições precárias de captura e transporte.
Portanto, não compre animais, especialmente, os silvestres.
Há várias formas de ajudar o Projeto Mucky. Para conhecê-las, visite o seu site.
A adoção ou o apadrinhamento dos pequenos animais seria uma delas; a outra, muito importante, seria adotar um funcionário.
Certamente, cada ouvinte há de achar a forma adequada de contribuir.
O endereço do site é www.projetomucky.com.br

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Restaurante é fechado por vender carne






Notícia de novembro de 2009: Dois restaurantes foram fechados, no Bom Retiro, em São Paulo, por vender carne de cachorro.
Havia motivos de ordem legal – abatedouro clandestino e a proibição, no Brasil, de abate de cachorro para o consumo. Seu proprietários foram presos.
O fato causou comoção, não pelo aspecto legal, mas pelo cultural. “Nossa, eles pegavam cachorros na rua, matavam e vendiam a restaurantes que os ofereciam cozidos ou assados a seus clientes”, espantam-se os leitores da notícia. E é este aspecto que quero abordar, o lado ético-cultural da relação dos seres humanos para com os animais.
Detalhe da notícia:os proprietários eram coreanos e os frequentadores do restaurante, via de regra, também eram. Na Coréia, a carne de cachorro é vendida e consumida normalmente.
Em visita à Itália, certa vez vi, no espaço destinado à venda de carnes de uma grande cadeia de supermercados,um setor só para a venda de carne de cavalo.
Considerando todos estes fatos, do ponto de vista ético, pergunto: que diferença faz comer carne de vaca, de cavalo, de porco, de cachorro, avestruz, macaco ou gato? Aliás, o porco é, por exemplo, um animal domesticável, inteligente, limpo e usado, inclusive, na Europa, para farejar trufas, dado o fato de que seu faro seria mais apurado do que o dos cachorros. Em meu ponto de vista, diferença ética nenhuma.
Há, evidentemente, diferenças culturais (porco, aqui pode, cachorro, não)e relativas aos impactos ambientais que provocam (o gado provoca mais impacto do que a criação de galinhas).
Notícia de novembro de um ano futuro: fico imaginando um cenário dado por uma mudança de postura ético-cultural-ambiental onde a espantosa notícia seria
restaurante fechado por vender carne.

P.S. Gostei muito de ver o artigo(ainda com uns pequenos erros, aqui já acertados) publicado na Agência de Notícias de Direitos dos Animais (Brigadão, Carol!) e do vídeo que a Goveg passou, demonstrando de forma insofismável o que afirmei sobre a inteligência dos porcos.
Veja o vídeo, vale a pena!http://www.metacafe.com/watch/1973925/nunca_mais_como_carne_de_porco/

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Rodeio, cultura, entretenimento...


No último dia 22, o jornal Bom Dia Sorocaba publicou duas cartas de seus leitores com argumentos favoráveis aos rodeios e nos atacando – ao grupo que articula o Movimento Sorocaba sem Rodeio.
Respondi a carta nos seguintes termos.


Rodeio, cultura, entretenimento...

Com relação às duas cartas publicadas na edição de 22 de outubro no “Bom Dia”, argumentando que os Rodeios são atividades culturais, que movimentam a economia, que os touros não são machucados, que fazemos churrascadas com carne bovina em nossas reuniões (sic), gostaria de manifestar-me.
O Coliseu da Roma antiga já teve atividades consideradas, naquela época, como “culturais”, promovendo o “entretenimento” da população; as touradas, infelizmente, ainda reúnem milhares de admiradores em boa parte do mundo, embora haja um número cada vez maior de “torcedores do touro”; as brigas de canários e galos também já foram consideradas “culturais”. Movimentar a economia? Ora, a compra e venda de drogas também movimenta. Então, calcar as argumentações em “entretenimento” “Cultura” em “geração de empregos”, é por demais superficial. Nem vou entrar nessa argumentação pobre de que fazemos churrascadas.
O debate é: de que cultura estamos falando, de que tipo de entretenimento?
O que está em debate, no plano de fundo, são os paradigmas que devem alicerçar a relação do ser humano para com o meio ambiente, incluindo-se aí sua relação com as árvores, com os rios, com os animais selvagens, com os domésticos e domesticados, enfim, sua relação com o planeta. As perguntas são: porque fazê-los sofrer para nossa diversão? Que direito temos sobre eles a ponto de torturá-los e matá-los para nosso prazer?
Por último, os missivistas querem nos fazer crer que não há sofrimento animal, tortura, estresse nos rodeios. É, os bois e cavalos corcoveiam de plena felicidade para serem aplaudidos ao final. A gente é que, em nossa ignorância, não entende essa sutil linguagem animal.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Ao mestre com carinho!



Este foi o comitê de boas-vindas que os Tucanos montaram para receber os mestres que queriam acompanhar a votação de um projeto de lei de interesse da categoria, na Assembleia Legislativa do Estado, no dia 20 de outubro.

Uma imagem que vale mais do que mil palavras!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

PC do B realiza sua Conferência Estadual



Gabriel Bitencourt é reeleito para a direção do partido

Neste último final de semana, 10 e 11 de outubro, cerca de 600 delegados de todo o Estado de São Paulo reuniram-se na capital para debater os principais assuntos de interesse partidário, eleger sua nova direção e os delegados que participarão do 12º Congresso Nacional do partido.
Gabriel Bitencourt foi reconduzido ao cargo de dirigente estadual do partido e eleito delegado ao Congresso do Partido que será realizado no início de novembro, em São Paulo.

Resolução sobre Meio Ambiente é aprovada

Além da resolução política proposta pela atual direção, apenas outras duas foram aprovadas, uma versando sobre a temática racial e outra, elaborada por Gabriel, sobre Meio Ambiente.
Bitencourt comemora o fato, por entender que “este tema tem que ser alvo de preocupações, reflexões e elaborações de todos os segmentos representativos da sociedade e nosso partido não poderia abrir mão de se apropriar desta causa com o compromisso de fortalecer a luta por um ambiente que abrigue, de forma sadia, estas e as futuras gerações”.

domingo, 11 de outubro de 2009

20 mil assinaturas, um grande desafio!





Já sabíamos, quase ninguém porta os dados de seu título de eleitor. Isso dificulta muito!
Mas estamos firmes e confiantes!
Neste sábado, estivemos no Boulevar Braguinha coletando assinaturas. Estaremos no próximo sábado, no outro, no outro...e em vários outro pontos de aglomerações, até atingirmos nossa meta.


Você quer ajudar e não sabe como? Então veja:

1. As assinaturas só são aceitas “no papel”, nada, portanto, de petição on-line;
2. É necessário, por determinação constitucional que, além da assinatura, sejam colocados os dados constantes no título de eleitor;
3. Como a legislação é municipal, só serão aceitas as assinaturas de quem tem título de eleitor em Sorocaba;
4. Você pode acompanhar nossas movimentações pelo blog e ir “a campo”coletar assinaturas conosco ou...pedir que enviemos um e-mail com o baixo-assinado em anexo.
Você pode coletar as assinaturas e nos entregar o abaixo-assinado completo, ou não.
Entregue nos seguintes locais ou entre em contato pelo e-mail ou telefone que constam da folha do abaixo-assinado.


E-mail: sorocabasemrodeio@gmail.com
Telefone: 9700 7565, com Gabriel

ou

Escritório Estevan Fernandes
Av. Itavuvu, 2668

Clínica Veterinária Cão Boy
Av Gal Osório, 910

Clínica Veterinária “Espaço Veterinário”
Av. Santos Dummont, 100

Restaurante “Laranja Melhor”
Rua da Penha, 999

Obrigado pela contribuição!
Abraço!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ameaça ao Código Florestal


Grupos de parlamentares, representando os interesses de ruralistas ou especuladores imobiliários, têm apresentado inúmeros projetos de lei alterando o Código Florestal, tornando-o menos eficiente no seu objetivo de proteger os recursos naturais.
Em tempos de se repensar o modelo de desenvolvimento, o modelo de sociedade de consumo e as salvaguardas necessárias para se frear as ações destrutivas dos recursos naturais, tais ações representam um inominável retrocesso.
Infelizmente, não estamos sós. Há algumas semanas o gigante da mídia estadunidense, Washington Post, publicou matéria se referindo a ações concentradas de congressistas conservadores e moderados que por lá, também reclamam da legislação ambiental.
Além dos argumentos relativos às necessidades de se “adequar” a legislação ambiental às necessidades de grandes agricultores e pecuaristas, lá e cá reclamam das dificuldades de licenciamento de empreendimentos como rodovias, hidrelétricas, centrais nucleares, aeroportos e outros.
O que nos cabe?
É nosso papel acompanhar este debate e cobrar de nossos representantes no Congresso Nacional que sejam vigilantes quanto às tentativas da chamada flexibilização da legislação ambiental, o que trará maiores prejuízos ao nosso tão agredido meio ambiente.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

...e quem paga o pato, ou melhor, o piso?

Foi tudo mal feito!
À época era vereador. Claro, por dever de ofício fiscalizava tudo o que envolvia a Administração Pública Municipal e seus atos.
Quando soube da pretensão do prefeito em trocar todo o piso do centro da cidade, fiquei por demais atento. Tanto pelas vultosas quantias que seriam despendidas dos cofres públicos, quanto pela substancial alteração na paisagem urbana que tal ação proporcionaria.
Depois de buscar as informações, passei às críticas.
Primeiro passou-se por cima da lei que instituiu um “piso padrão” para a região central da cidade. Se a intenção era mudar o padrão, que se mudasse a lei, portanto! Mas, preferiu-se passar por cima da lei.
Depois o custo. Milhões de reais para se retirar o piso antigo, adquirir o novo e, depois, implantá-lo. Ao mesmo tempo, a cidade carecendo de investimentos em áreas sociais básicas, mas...a ação era classificada de ato discricionário do prefeito – o prefeito tem o poder de decidir sozinho. E como sempre, se ele queria, ele fazia.
Por último, a crítica pelo fato de ser um piso inadequado para os fins a que se destinava – obviamente escorregadio, principalmente ao ser molhado.
Passados os anos e centenas ou milhares de tombos com maior ou menor gravidade, a prefeitura, através de outra administração, resolveu agora trocar o piso.
Vai tirar este, comprar outro e implantá-lo.
Vamos pensar. Houve o custo da remoção do piso antigo, da compra do novo - inclusive com estoque para reposição-, e o custo de sua colocação; agora, a compra de outro, a retirada do atual e a colocação do “novíssimo”. Quanto custa tudo isso? Quem paga tudo isso?
A pergunta que se faz é a seguinte: quem paga por tal ineficiência administrativa?

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Marina Silva



Marina é uma das pessoas mais incríveis que conheci.
Em comum temos a bandeira de defesa do meio ambiente, nossas mais de duas décadas no mesmo partido e, agora, nossa saída do PT que nos acolheu no início de sua formação.
Em comum, também, um sentimento triste ao abandonar o caminho partidário que, acreditávamos, nos levaria à nossa utopia – ou bem próximo dela!
Marina, certamente, não busca outro palanque ou palco para um projeto pessoal, procura outro caminho com o mesmo objetivo:a busca da utopia de um mundo fraterno, humano...e ambientalmente sustentável.
Tomara acerte! Que a sua opção contribua para os avanços sociais até aqui conseguidos e para a sustentabilidade do planeta!
Boa sorte!
Sua sorte é a nossa sorte!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Fórum sobre os direitos dos animais é realizado com grande sucesso



O início foi despretensioso.
Por e-mail começamos a trocar idéias. Protetoras individuais e preocupadas com os Direitos dos Animais, queriam constituir uma Organização não-Governamental para potencializar suas ações.
Dessa troca de e-mails, surgiu a necessidade de uma reunião.
Algumas questões emergiam: O que podemos fazer? E o Poder Público – CCZ, Ibama, Polícia Ambiental...- afinal, quem faz o que?
Pronto! Das dúvidas, a idéia: por que não reunir pessoas com o mesmo espírito, com as mesmas dificuldades, reunir especialistas e realizarmos um “Fórum de debates”.
Reuniões após reuniões, a idéia foi tomando corpo e o trabalho se avolumando.
No sábado, 08 de agosto, com 202 pessoas pré-inscritas, o Fórum sobre os Direitos dos Animais aconteceu na Câmara Municipal de Sorocaba.
Após a abertura feita por mim, o promotor de Justiça de São José dos Campos, Laerte Levai, falou aos presentes sobre legislação relativa aos direitos dos animais. Além de promotor, o palestrante é jornalista e escritor e ajuizou ações civis públicas pioneiras contra o abate cruel nos matadouros, a experimentação animal e os abusos em animais de circos, entre outras. Ao fim de sua exposição o público se levantou e o aplaudiu em pé, em uma manifestação de satisfação por conta de sua atuação firme em defesa da causa dos direitos dos animais.
Seguiu-se a exposição da bióloga e antivisseccionista Tamara Bauab Levai, autora do livro “Limites éticos da experimentação animal”.
O painel seguinte foi apresentado por representantes das Ongs Salve se Puder e Gamah. Ambas falaram sobre as atividades das organizações às quais pertencem e sobre as dificuldades que têm para levar adiante seu trabalho em defesa dos animais.
A última atividade do dia foi uma mesa redonda, onde gestores e representantes de órgãos públicos falaram sobre suas respectivas atividades e competências e responderam a perguntas do público presente.
Ainda não tivemos tempo de fazer uma avaliação de forma mais profunda, mas, pelo público presente e pela qualidade das intervenções, entendemos que o evento foi um grande sucesso, superando bastante a expectativa do grupo, no que se refere ao número de inscrições. Esperávamos cerca de 150 pessoas e compareceram mais de 200. Além disso, os temas debatidos foram importantes para a formação e sedimentação de conceitos sobre os direitos dos animais.
Ao final do evento, o entusiasmo dos presentes gerou a necessidade de um novo encontro para desenvolver ações concretas. Já com data marcada, o grupo pretende desenvolver um fórum permanente, para debater e promover atividades.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Fórum sobre Direitos dos Animais




Abandono, maus-tratos...
Animais têm direitos? Quais? Que leis os amparam?
Qual é o papel da “Zoonoses”, do Ministério Público, da Fundação Chico Mendes...das Ongs?
Carrocinha? Castração?
Qual é a política pública para os animais em Sorocaba?
Esses foram os temas e perguntas que fizeram reunir pessoas e organizações não-governamentais que atuam em defesa dos animais.
A conversa despretensiosa avançou e fez nascer a idéia de propiciarmos um encontro para debater este importante assunto.
Trazer especialistas na área do Direito dos Animais e colocar na mesma mesa os representantes pela execução das políticas públicas voltadas para os animais nos pareceu a forma adequada de esclarecer dúvidas e contribuir para a formulação de propostas para o setor público e para as Organizações não-governamentais.
A proposta é ousada, mas o momento exige.
Sorocaba precisa avançar muito na formulação e na execução de ações em defesa dos animais.
Participe!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Um dia sem carne




No mês de maio, a prefeitura de Ghent, na Bélgica, lançou uma campanha com o objetivo de promover a sustentabilidade. Desde então, as quintas-feiras passaram a ser um dia sem carne naquela cidade. Claro que não de forma compulsória.
Esta semana, na Grã Bretanha, Paul McCartney e suas filhas Stella e Mary manifestaram seu apoio a campanhas semelhantes nos Estados Unidos e na Austrália. Segundo o ex-Beatle, “muitos de nós nos sentimos impotentes diante dos desafios ambientais(...)Designar um dia da semana no qual se deixa de consumir carne é uma mudança significativa que todos podem adotar e que vai ao cerne de várias questões importantes, políticas, ambientais e éticas, todas ao mesmo tempo”.
Dados da ONU revelam que a criação de animais de corte é responsável por 18 por cento das emissões mundiais de gases estufa - que provocam alterações climáticas no Planeta. Isto é mais do que o provocado pela indústria automobilística.
Governantes, profissionais da área ambiental, professores, todos temos responsabilidades socioambientais e todos podemos fazer alguma coisa que esteja ao nosso alcance. Proponho, para quem não é vegetariano, que copiemos a iniciativa e, já que segunda-feira é o dia da culpa pelos excessos do final de semana, então: segunda-feira sem carne!.
Ter atitudes socioambientais sustentáveis é um dever de todos nós!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Sustentabilidade, do discurso à prática



Sustentabilidade, do discurso à prática

Já tem um bom tempo que a expressão sustentabilidade ambiental foi incorporada ao nosso vocabulário. Conceito importante, embora muito mais presente nos discursos do que nas práticas de nosso dia-a-dia.
Por falar em “sustentabilidade”, no final do mês de maio, já com “Dia do Meio Ambiente” – 05 de Junho – apontando no horizonte, tive um agradável surpresa. Conheci uma empresa que buscou unir as necessidades da sociedade moderna ao “ambientalmente correto”, à sustentabilidade.
É um bom exemplo da possível união das necessidades modernas equilibradas com a chamada sustentabilidade ambiental.
Como é isso?
Vivemos em uma época de que exige de nós muita agilidade.
Já nos acostumamos com isso. Pedimos uma pizza pelo telefone e, se ela não chegar em menos de uma hora... É um absurdo! Ligamos para reclamar! “Que demora!”
...e pensar que esta história de “disque pizza” existe, relativamente, há tempo.
Hoje em dia o “disque Pizza” virou disque remédios, disque comida chinesa, italiana...Discamos para qualquer coisa. Dá prá ficar em casa, ou no escritório pedindo comida, remédios, filmes em DVDs, documentos. Sei lá o que não dá para pedir pelo telefone!
Pois bem, e isso sempre foi feito por motocicletas. Veículos mais rápidos que os automóveis, mais econômicos, embora mais poluentes.
A surpresa agradável que tive foi conhecer o serviço de entregas através de bicicletas. Sim, ciclistas, esportistas, trabalhando em serviços de entrega sem poluir e, de quebra, fazendo seu salutar exercício diário e aprimorando seu desempenho esportivo.
Idéia boa! Desejo sucesso à Becicle Express e espero que o exemplo possa ser seguido!
P.S. Quer conhecer mais? Ligue para eles: 3211 7979

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Porto Feliz está na mira!



O presente de José Serra

Nesta última semana, estive em Porto Feliz para, entre outras coisas, assinar o abaixo-assinado que tem mobilizado a cidade contra a instalação de um presídio no município.
Adotei esta cidade pela sua beleza, pela sua história e por conta do carinho com que seu povo me acolheu quando tive a honra de contribuir com o governo Maffei, como titular da pasta de Meio Ambiente.
Vejo nesta terra um potencial, em pleno processo de desenvolvimento, que poderá gerar inúmeros benefícios ao seu povo, especialmente, no campo do turismo. Mas o governador José Serra, não vê Porto Feliz com os nossos olhos.
Tivesse os mesmos olhos, investiria em sua transformação em Estância Turística – sua vocação natural -; levaria para lá unidades de ensino técnico, fomentaria, com recursos, seu potencial turístico, entre outras formas de reconhecimento de sua importância.
Seus olhos não vêem o que vemos. Exatamente por isso,resolveu brindar Porto Feliz com um presídio.Daqueles feitos para abrigar 600 condenados, que acabam alojando 1000, 1200, 1500...
Mas isso não é tudo. Onde seus técnicos indicaram que seria a área ideal? Na Área de Proteção Ambiental de um de sus principais mananciais hídricos – a APA do ribeirão Engenho d'Água. Vou repetir: NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL que tem a função de proteger um de seus principais recursos hídricos.
Brigadão, viu governador!
Só mais uma coisa: nós vamos lutar! Vamos mobilizar a população e evitar que essa sua miopia venha ferir os interesses de Porto Feliz e sua gente!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

A questão da língua





Hoje gostaria de falar de várias questões: a questão da mulher, a questão do jovem, a questão do meio ambiente, a questão do Corinthians, a questão dos Corollas...
Incrível como “questão” virou uma muleta. Dia destes ouvi um radialista, em uma entrevista de uns cinco minutos, usar algo em torno de trinta “questões” – a questão do orçamento, a questão do secretário, a questão da violência, a questão da crise... Por que não dizer: vamos falar sobre o orçamento, o imbróglio do secretário e o seu Corolla, ou ainda, iremos falar sobre a violência, sobre a crise?
E ele não está sozinho nesta “questão”!
Meu Deus! Acuda-nos meu amigo Paulo Tortello!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Comemorações em Jundiaí

(Izilda, Werinton e Caio,Tércio,Gabriel e Miriam)




(Werinton, deputado Pedro Bigardi e Gabriel)

Festa do PC do B

Em Jundiaí, por ocasião do aniversário do partido, com nosso novo e recém-empossado deputado Pedro Bigardi, o PC do B realizou uma grande festa.
A festa que reuniu lideranças expressivas do partido. Momento de lembrar a importância do partido no contexto nacional – com seus 87 anos de intensa atuação. Entre os discursos, sentia-se a vibração emocionada em razão do que representa o PC do B no cenário nacional e pelo que tem significado na história do Brasil.
De resto, foram encontros e reencontros, conversas boas e, prá quem come (rs), o tradicional churrasco.
Entre as presenças ilustres, lá estavam nosso querido amigo, secretário de Cultura de Votorantim, "camarada" Werinton Kermes, sua esposa Miriam e o filho Caio.

Outras fotos

quinta-feira, 16 de abril de 2009

A noite do beijo





O ano era 1981.
Minha comadre, Marina, morava em uma pequenina cidade da Alemanha.
Um dia, recebeu um jornal onde, naquelas colunas sobre política e curiosidades, havia algo que deveria estar assim escrito: em uma cidade no interior do Brasil um juiz decidiu proibir certos “tipos” de beijo em locais públicos.
A cidade era Sorocaba e, sim, um juiz resolveu tipificar os beijos permitidos e os proibidos. Proibia “os beijos cinematográficos, em que as mucosas labiais se unem em uma expansão insofismável de sensualidade”. Proibia mais, ainda. Proibia “as apalpadelas, apertões, abraços indecorosos, beijos prolongados ou qualquer ato libidinoso, quando praticados em locais públicos”.
Quando nos reencontramos no Brasil, na mesma Sorocaba, ela relembrava, com espanto: “fiquei pasma em saber que a cidade era a que você estava morando. Tão grande e tão próxima de São Paulo!"
Em momento mais recente, ainda como vereador na Câmara da mesma Sorocaba, debatia com um colega de legislativo uma situação, também, pautada por moralismos anacrônicos. Ele defendia um projeto que, na prática, proibiria a implantação de motéis na cidade. No auge do debate, dizia-me ele, estupefato: “o que fazem os casais nos motéis?" Ora, ora, ora!!!!
O nobre edil satanizava os estabelecimentos e, por via de conseqüência, tudo o que poderia acontecer entre aquelas quatro paredes – com ou sem teto retrátil.
Pois é, como a gente pode ver, os anos passaram, mas nem tudo mudou tanto quanto deveria.

P.S. Parabéns ao Carlos Batistella pela idealização do manifesto contra a portaria autoritária daquela época e pelo lançamento do livro “Noite do Beijo”, nesta quarta-feira,15 de abril - evento em que tive o prazer de participar junto de grandes amigos daquela época, claro, no delicioso Bar Depois!

domingo, 5 de abril de 2009

Se você não consumir, eles não matam!



Você sabia que 70 milhões de tubarões são mortos todo ano só pra virar sopa de barbatana?

Campanha Nacional contra o Consumo de Barbatanas de Tubarão



A pesca para obtenção das barbatanas de tubarão é uma ação predatória progressiva, constante e silenciosa.
É insustentável e ameaça a sobrevivência dos tubarões.
A conscientização dos consumidores pode contribuir para a queda no consumo, na demanda e no comércio.
Se nada for feito, dezenas de espécies estarão extintas nas próximas décadas.
Os tubarões exercem um papel crucial na manutenção da saúde e do equilíbrio da vida nos mares.
Sem esses guardiões dos mares, teremos um ambiente marinho doente e frágil.
Os decorrentes desequilíbrios nos ecossistemas marinhos serão imprevisíveis e catastróficos.

Participe do Protuba e ajude a preservar nossos oceanos!

Em breve, com o objetivo de levantar a percepção da população brasileira sobre o quanto a pesca e o consumo dos tubarões (ou cações), ou partes deles, representam uma ameaça que está levando muitas das nossas espécies à beira da extinção, o Projeto Tubarões no Brasil realizará, com a ajuda de seus voluntários, uma Pesquisa Nacional de Comportamento e Percepção do Consumidor de Cação.



43% das espécies de tubarões em nosso litoral já estão ameaçadas de extinção!
Não está na hora de você tomar uma atitude?
Que tal contribuir um pouquinho para proteger os tubarões?

Quer saber mais? Visite o site www.institutoaqualung.com.br/protuba.html | Telefones: (21) 2558-3428 ou 2558-3429 ou 2556-5030 | Fax: (21) 2556-6006 ou 2556-6021

quarta-feira, 25 de março de 2009



A VIDA COMO ELA É

As decisões de gabinete tomadas no âmbito do Poder Público, sob o frescor do ar condicionado, carecem do calor da vida nas ruas – da vida como ela é.


Dona Izabel da Costa, 62 anos, na manhã do dia 13 de junho teve suas mercadorias apreendidas - 10 chocolates sulflair, 24 "choquitos" e alguns pacotes de alho.
Bem antes disto, o Sr. Benedito Miranda, 58 anos, teve sua barraca e seus bens apreendidos numa ação da Prefeitura para "limpar" a área de acesso ao terminal. Seu irmão, Paulo Miranda, vendia sonhos. Foi humilhado e teve sua mercadoria apreendida.
Dona Madalena Miranda vendia cintos e carteiras. Teve sua banca, os cintos e as carteiras apreendidas.
Foram, todos eles, por um ato do Poder Público, alijados de seu ganha-pão, sem que se lhes fosse oferecida outra alternativa.
Sem emprego, Dona Madalena amarga a dura realidade de fazer frente às necessidades básicas de sua família.
Pior sorte (?) teve o Sr. Benedito. Sem mais poder vender suas mercadorias e obter seus parcos rendimentos, endividou-se. Preocupado com o "nome sujo", não dormia de preocupação. No último dia 17, o Sr. Benedito faleceu vítima de infarto do miocárdio.
Paulo Miranda vendia “sonhos”. Tinha, certamente, seus sonhos. Seus “sonhos” foram apreendidos e seus sonhos abortados pela truculenta fiscalização. Hoje, encontra-se internado em um hospital psiquiátrico na cidade de Piedade. Sem sonhos.
Essas pessoas, com certeza, se encantam com a beleza dos canteiros centrais das avenidas de nossa cidade, com sua grama esmeralda e suas flores... porém, precisam comer, dar de comer aos filhos, para sobreviver e até para manter seus sonhos.
Gabriel Bitencourt
(Escrito pelos idos de 1997, sobre fatos reais)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Dia do Rio Sorocaba





O DIA DO RIO SOROCABA

Às vezes, idéias simples promovem resultados que nos surpreendem!
Há doze anos, quando atuava como vereador na Câmara Municipal de Sorocaba, propus a instituição do DIA DO RIO SOROCABA. Naquele momento, defendi a propositura afirmando que a instituição de um dia voltado para o "nosso Rio" – no caso, coincidindo com o Dia Mundial das Águas – poderia estimular professores, estudantes, o Poder Público, as Ongs, a mídia e a comunidade em geral a voltar suas atenções para as ações necessárias para a sua recuperação e o uso racional da água, entre outros pontos. Deu certo!
Ao longo desses anos, milhares de estudantes têm participado de eventos, debatem, redigem textos sobre o Rio Sorocaba e a importância da recuperação e preservação dos mananciais.
Vemos o Rio de uma forma romântica – e isso tem seu valor, obviamente – mas, para além dessa visão, temos que reconhecer seu valor histórico, paisagístico ou até sua importância como potencial espaço de lazer, mas é essencial pensar no Rio, também, como fonte de abastecimento hídrico para a população. É preciso olhar o Rio e vê-lo como um ser vivo, ver sua água e sentira toda sua importância para a vida, para os peixes, moluscos, algas, aves...e para nós, seres humanos.
Esta lei deu certo!

P.S. Gosto muito de ter sido autor da primeira lei no país que proibiu animais em circos. Lei cumprida há muitos anos em Sorocaba.
Engraçado(?)se falar em leis que são cumpridas e leis que não são cumpridas!
Várias leis no município de Sorocaba não são cumpridas. A lei que instituíu a obrigatoriedade da Coleta Seletiva de Lixo, em 1996, é apenas um dos vários exemplos.
Pena que as autoridades constituídas que deveriam cobrar do Poder Público o cumprimento das leis, não o fazem.
É uma afronta ao Estado de direito o Executivo se arvorar a distinguir as leis que desejam cumprir e aquelas que não serão cumpridas.

Ilustrações:

• A matéria de dezembro de 1991 mostra uma atividade que desenvolvemos no Boulevard Braguinha. Para chamar a atenção para a água do Rio, em um dia de intenso calor colocamos água mineral para ser oferecida aos transeunte e, ao lado, um aquário com água do rio Sorocaba contendo peixes mortos.

• Maratona Setembro de 1997 – Propus ao Grupo Imagem esta atividade, como uma forma de fazer o Sorocabano olhar para o Rio Sorocaba, em seu trecho urbano, cortando Sorocaba, mas em outros trechos em outras cidades.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Agora que nóis tá por cima, nóis fais o que nóis qué!




Ouvi recentemente uma notícia absurda em uma emissora de rádio. O ditador Robert Mugabe, há quase trinta anos no poder, do paupérrimo Zimbábue, país situado na região sul do continente africano, vai comemorar seu aniversário de forma nababesca. Serão 2.000 garrafas de champagne Moet & Chandon, 8.000 lagostas, 4.000 porções de caviar, 3.000 patos, 8.000 caixas de chocolate Ferreiro Rocher. A lista inclui, ainda, 16.000 ovos, 500 garrafas de whisky Johnny Walker e Chivas de 22 anos.
O Zimbábue é atualmente assolado pela cólera, que já afetou 65.000 pessoas, matou mais de 3.000 e tem um índice de desemprego de 94% - como outros países do continente africano, um país miserável.
Fosse o Sr. Mugabe um multimilionário xeque dos riquíssimos Emirados Árabes, talvez, a soberba não chamasse tanto a atenção, exceto pela impressionante mortandade de vida animal, mas em se tratando do Zimbábue...
Não verá, o governante, seu palácio como uma ilha de abundância cercada de miséria por todos os lados? Miopia inadmissível para um chefe de Estado. Inadmissível, mas, infelizmente, muito comum.
Longe de se parecer com o país africano do ponto de vista sócio-econômico, nossa Sorocaba, pelas ações ou, talvez, omissões de seus representantes, lembrou a distante terra africana. Não que, por aqui, alguém esteja festejando seu aniversário como se fora uma “Festa de Babete”, ou que tenhamos vítimas do cól era em abundância. Não. Mas há uma semelhança. Ela ocorre pela mesma miopia, pela mesma falta de senso de oportunidade e por desconsiderar, por desrespeitar a opinião pública. Como Mugabe, sem olhar ao seu redor, sem perceber a crise financeira que traz o desemprego e o desespero a milhares de famílias sorocabanas, sem se dar conta do repúdio da sociedade, nossos vereadores aprovaram, por unanimidade – sim, absolutamente TODOS os vinte vereadores – em rapidíssima sessão extraordinária, projeto de lei que cria cargos e onera em quase um milhão de reais o orçamento anual do Legislativo sorocabano.
Na prática, os recém-empossados edis recriaram a célebre, jocosa e absurda frase dita, tempos atrás, por um edil sorocabano: Agora que nóis tá por cima, nóis faiz o que nóis qué!