quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010



As enchentes, o meio ambiente, os governos e o cidadão

Choveu este mês de março como há muito não chovia.
As alterações climáticas que ocorrem no planeta parecem ser responsáveis por tanta chuva, ainda que estejamos passando o que no sudeste se denomina meses das águas.
Em Sorocaba, as chuvas acabaram gerando o transbordamento do Rio Sorocaba o, infelizmente, rotineiro alagamento da praça Lions e a invasão das casas de moradores ribeirinhos. Nesse caso, com perdas de bens materiais, muito susto e o risco de doenças infecto-contagiosas.
Apesar da intensidade relevante das chuvas, a situação desnuda o erro histórico das ocupações humanas nas regiões de várzeas dos rios.
Em tempos recentes, mais especificamente, nas últimas décadas pouco se fez para o desassoreamento de um rio que passa por um contínuo processo de eutrofização, que promove a elevação de seu leito.
Além dos fatores mencionados há, pelo menos, mais dois agravantes. Um deles está relacionado com os alagamentos pontuais em algumas áreas, em razão da sujeira urbana que entope as chamadas bocas-de-lobo.
O outro fator, está relacionado com a altíssima taxa de impermeabilização das cidades.
Outro dia, olhando mais detidamente as fotografia que fiz de um trecho de uma rua em Sorocaba, pude perceber que em nenhuma das casas enquadradas na foto havia um jardim, era só cimento. Cimento no jardim e nos corredores que levavam aos quintais que, também, estavam acimentados. As calçadas, claro, feitas de cimento e as ruas, asfaltadas.
A pergunta óbvia é, por onde as águas das chuvas podem penetrar? A resposta é: em nenhum lugar. As águas vão descendo pelas ruas, a partir das partes mais altas da cidade, formando enxurradas cada vez fortes, cujo volume acaba por não caber nas bocas de lobo gerando consequentes alagamentos.
Há que se fazer algo a respeito. Ao poder público competem ações que possam diminuir o avanço dessa impermeabilização da cidade e, ao cidadão, no âmbito da sua ação direta, também.
Claro, jogar lixo nas rua, nunca, mas um jardim gramado aqui, outro acolá, um quintal com terra, flores e árvores...me parece um caminho interessante.
Pense nisso!

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