domingo, 21 de dezembro de 2008

Reduzir, reutilizar, reciclar...

Pois é, sempre defendi esse princípio e, um belo dia, lá estava eu...devidamente reutilizado! rs rs

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Um Natal diferente, um Natal em comemoração à vida!








É comum que no Natal, como em tantas outras festas, para alegrarmos nosso paladar demandarmos a morte de galinhas, perus, porcos, vacas, entre outros animais. Eles são mortos porque nós iremos comê-los. Claro!
Quase todos eles transportados e mortos a base de muito sofrimento.
Ah! Mas são galinhas, porcos, vacas...
Há lugares no mundo em que se comem cachorros, gatos e nós nos horrorizamos com isso. Talvez, no Natal, eles escolham, no restaurante, um belo cachorrinho para a ceia. Por aqui, escolhemos patos, perus, carneiros...Lá, cachorros, gatos, coelhinhos e, até, insetos estranhos à nossa culinária!
Qual é a diferença?
O Natal nos remete a pensamentos de paz, solidariedade, fraternidade, amor...Vamos colocá-los em prática? Ao menos na noite de Natal?

Proponho uma ceia vegetariana.
Irc! Ceia vegetariana? Ceia de alface, cenoura e chuchu?
Não. Claro que não!
A comida vegetariana tem que ser equilibrada (carboidratos, proteínas, vitaminas e sais minerais), pode ser light e DEVE ser gostosa.
Nesse Natal, experimente ajudar a salvar um desses bichinhos e, de quebra, tenha uma ceia saudável, nutritiva e gostosa! Ah! E mais barata!

Veja quantas possibilidades!

Entradas
Bruschettas - tradicional, de shitake, de caponata;
Pão sírio com coalhada seca, homos ou babaganuchi;
Guacamole.

Saladas
Salada de radichio, alface americana e agrião, com molho pesto e crouton;
Salada de alface americana, rúcula e molho dijon;
Salada de tomate com mozzarela de búfala e manjericão;
Salada de fuzili integral com brócolis, abrobrinhas, aspargos e cogumelos;
Salada de folhas com queijo gratinado;
Salada de folhas com manga e uva itália;

Pratos Quentes
Couscous marroquino com manga grelhada;
Fundo de alcachofra recheado com molho de tomate e queijo ao forno;
Quiche de alho poró e a infinidade de quiches vegetarianos existentes;
Lazanha de abobrinha ou de beringela;
Arroz integral com lentilha;
Todas as massas (devem ser integrais) sem molho de carne (molhos de queijo ou de funghi ou pesto);
Brócolis e castanha de caju com arroz integral;
strogonofe de "carne" de soja;
Abobrinha ou beringela recheada;
Soufles de legumes;
Mousse de acelga com agrião;

Sobremesas
Todas são vegetarianas

P.S. Este artigo não tem a pretensão de “fazer a cabeça” de ninguém, no sentido de buscar a imposição de idéias, de conceitos. Quero, sim, mostrar apenas que há alternativas de uma dieta saudável e coerente com o chamado “espírito natalino". Quero, também, provocar a discussão sobre a importância de começarmos, ao menos, refletir – em tempos de crise ambiental – sobre a necessidade de mudanças de nossos hábitos de consumo, inclusive, de nossos hábitos alimentares.

*Pra a elaboração de quaisquer desses pratos é possível se buscar a receita “nele”, no “oráculo”, “naquele que tudo sabe”, no Google! rs rs

FELIZ NATAL A TODOS!
P.S.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Os Catadores, o Meio ambiente, o Estado e a Coleta Seletiva de Lixo


Não é a coleta seletiva de lixo e a posterior reciclagem, “a salvação da lavoura” no que diz respeito aos resíduos que produzimos. Antes disso, é preciso que a sociedade repense seus hábitos de consumo, reduza, reutilize...Mas a coleta seletiva é um importante instrumento para se dar destino adequado aos resíduos recicláveis.
Nosso aterro sanitário, conforme demonstramos em outra oportunidade, teria pelo menos mais cinco anos de vida útil se o governo municipal tivesse cumprido a lei – de nossa autoria – que instituiu a obrigatoriedade da coleta seletiva de lixo desde 1997.
Mas a realidade está longe disso!
Os catadores, para conseguirem “parcerias” com o Poder Público, tiveram que “ocupar” áreas públicas, como os galpões na Vila Nova Sorocaba, em uma oportunidade e o da Rua Chile, em outra, ou até “ocupar” o sexto andar da prefeitura para que o mandatário de plantão à época cumprisse com compromissos acordados.
Por outro lado, teve, a Cooperativa de Catadores de Sorocaba – CORESO -, um grande impulso, em razão das medidas de compensação que o Carrefour Chácara Sônia Maria realizou, em um acordo que fizemos. Recebeu, fruto do acordo, seu primeiro caminhão a diesel e três galpões – um no Vitória Régia, outro no Parque São Bento e um terceiro no Júlio de Mesquita.
A despeito do relevante papel ambiental representado pelo serviço dos catadores, parece ter sido cômodo ao Poder Público contar com eles, sem oferecer o suporte necessário. Assim, a Coleta Seletiva no Município sairia com o mínimo esforço do governo municipal. Seria o tal “mercado” regulando os negócios com o material reciclado e os catadores vivendo da venda desse material.
Mas, a primeira peça do dominó do mercado imobiliário estadunidense ruiu, levou junto outra peça, mais outra e tantas outras, que acabou chegando à Coreso. Esta viu o número de catadores cair de 140 para 70 e o valor de suas retiradas mensais passar de 600 para 200 reais.
O modelo neoliberal que, falindo, buscou ajuda do Estado para socorrer bancos e outras instituições de capital privado não poderia, na esfera local, socorrer os catadores e, mais do que isso, socorrer o meio ambiente? Quanto mais catadores trabalhando – com dignidade e organizados em cooperativas - menos resíduos sólidos exaurindo a vida útil do aterro sanitário, menos energia, água e matérias-primas consumidas para produção de bens materiais. Antes que se argumente o contrário, é bom afirmar: isso não é gasto, é investimento!
Mais. Se o governo municipal paga – e bem – uma empresa privada para recolher os resíduos sólidos (muitos destes, recicláveis!), porque não subsidiar os catadores? Apenas subsidiar!
Está na hora do governo municipal cumprir a lei de forma a produzir bons frutos no campo social e ambiental.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

SECRETARIA OU PERFUMARIA?


Após ultrapassar a casa dos 600 mil habitantes, Sorocaba poderá ter, finalmente, sua Secretaria de Meio Ambiente.
Nossa cidade é uma das raras cidades deste porte no Brasil, que não dispõe de uma secretaria de meio ambiente.
Há mais de uma década, reclamando de sua inexistência no município, quero saldar seu nascimento, sem contudo, deixar de pontuar algumas preocupações.
Em primeiro lugar quero questionar a motivação. O que levou o atual governo a propor a criação desta secretaria? É bom lembrarmos que o município tem investido pouco ou quase nada em ações de cunho ambiental. Alguns exemplos:
A ausência de um Plano Diretor de Arborização Urbana. Atualmente, arborização urbana responde apenas a critérios de ordem estética;
• O baixo nível de investimento em Coleta Seletiva de Lixo;
O pouco investimento em Educação Ambiental nas escolas e fora delas;
• O não cumprimento da lei que promove a compensação por emissões gasosas no município, entre outras; (a lei referida está há quase quatro anos para ser regulamentada).
• O Conselho de Defesa do Meio Ambiente ficou por mais de 10 anos, praticamente sem se reunir. A presidência, por lei municipal, pertencia ao secretário de urbanismo e este só convocava as pouquíssimas reuniões para aprovação de matérias de interesse da prefeitura.
Porém, veja só, neste meio tempo, é lançada a certificação“Município Verde” que estabelece a necessidade de que o município cumpra dez diretivas, entre as quais, que disponha de um conselho de meio ambiente, paritário, deliberativo e atuante e um órgão gestor ambiental.
Se o município não atingir determinada pontuação, deixará de ter acesso a várias possibilidades de acesso a recursos estaduais, como aqueles originados do Fundo Estadual de Recursos Hídricos.
A política da Secretaria de Estado de Meio Ambiente parece estar dando certo quando, menos por consciência ambiental e mais por estar “de olho” nos recursos econômicos do estado, os municípios estão procurando se adequar às dez diretivas.
Sorocaba, logo tratou de reformular a lei do Conselho de Meio Ambiente e agora anuncia a criação da secretaria de meio ambiente.
Isto é bom? Pode ser, mas é necessário que sejam respondidas algumas perguntas:
O governo tucano, há 16 anos no poder, teve um acesso de consciência ambiental de uma hora para outra?
A futura secretaria só vai cumprir tabela com vistas à pontuação do “Município Verde” ou será uma secretaria “prá valer”?
A nova secretaria terá pessoal técnico capacitado, orçamento compatível com as necessidades e um secretário com apoio político do prefeito para os enfrentamentos internos e externos que existirão?
Espero que o tempo, e não o discurso, nos mostre respostas positivas a estas indagações,caso contrário a tal secretaria será SÓ PERFUMARIA!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

ABACAXI NÃO DÁ EM ÁRVORE



Há uma história muito pitoresca que ouvi de minha esposa e que sempre gosto de contar.
Soube que há muito tempo, um italiano conhecido da família, ao experimentar abacaxi, apaixonou-se por ele. Um dia, saiu com essa pérola: "meu sonho é subir em um pé de abacaxi e me fartar de tanto comer a fruta". Coitado, no mínimo, sairia todo espetado!
Não tinha obrigação de saber que a "árvore" seria uma bromeliácea rasteira e espinhenta.
Sorocaba, apesar de um intenso grau de insolação, tem sido aquinhoada pelas administrações tucanas com praças áridas. Praças que compõem, com os canteiros centrais das avenidas, uma paisagem pasteurizada formada por grama esmeralda, arbustos e palmeiras. Aliás, muitas palmeiras!
Uma tarde de verão, passei por uma praça próxima da Avenida Américo de Carvalho e chamou-me a atenção o fato de um trabalhador descansar sentado em um dos dois únicos bancos, sobre um retângulo de concreto e sob o escaldante sol das quinze horas. Nem uma sombra. Nem uma mísera sombrinha! Era uma praça formada por, claro, grama esmeralda, aqueles dois bancos e uma dúzia ou pouco mais de palmeiras.
Os técnicos da prefeitura deveriam usar melhor seus conhecimentos sobre a fisiologia vegetal e as qualidades ambientais de uma árvore. Estes, sim, deveriam ser os critérios primeiros a se lançar mão para a escolha das espécies que deveriam compor a arborização urbana.
Que fique claro: nada contra os atributos paisagísticos das palmeiras, mas por que não se perguntar o óbvio: quanto de sombra fornecem aquelas palmeiras? Quanto de oxigênio produzem e quanto de gás carbônico absorvem? Quanto uma palmeira umidifica o ar? Quanto resfria o ambiente? Façam-se as mesmas perguntas, por exemplo, em relação a uma frondosa Tipuana.
Pronto! Duvido que a escolha recaia sobre as tais palmeiras.
Ora, árvore não serve só para embelezar o ambiente! Isso é importante, mas essa não é sua principal qualidade.
O italiano podia não saber nada de abacaxi, árvores ou bromélias, a não ser seu sabor, mas os técnicos da prefeitura não podem ignorar que as árvores não são puro enfeite!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Alguém viu esta primavera por aí?



Ela ficava naquela pracinha bem atrás do Shopping Sorocaba. No meio de uma pequena rotatória.
A falta de investimento em transporte público tem levado a prefeitura em promover frequentes intervenções no sistema viário.Mas,neste tópico isso (falta de investimento no transporte público)é secundário, ainda que seja importante. Ficará para outra vez.
A questão central aqui é: se houve necessidade de reforma e se alí estava plantada, há muitos anos, uma belíssima primavera, por que ela não foi preservada? Não poderia ter sido retirada com um grande torrão de terra e replantada no mesmo local? Ou a alguns metros lado? Isso, considerando que sua retirada seria inevitável.
Será que o carro, novamente, junto da insensibilidade de nossos administradores, ganhou mais essa batalha contra a beleza natural?
É a prevalência do asfalto e o concreto junto com a paisagem pasteurizada por grama esmeralda e palmeiras (e quantas!!!!). Ah! Agora temos vasos, também!
Procuro essa primavera e tantas outras que a cidade está perdendo.
Fique de olho nas belas árvores de Sorocaba.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Por que não colocar árvores de plástico nas avenidas?


Há mais de uma década tenho tido embates com os representantes de plantão do governo municipal de nossa Sorocaba pelos mesmos motivos, cujo fator gerador é a falta de uma política de arborização urbana ambientalmente conseqüente.
Cortam-se árvores sem justificativas adequadas (já arrancaram um pau-brasil em uma pracinha ao lado da avenida general Osório, com dez anos, sem justificativa plausível; cortaram um pé de Jatobá centenário na avenida Itavuvu possivelmente porque não iria “ornar” com o modelo pasteurizado implantado pelas últimas administrações tucanas (grama esmeralda e arbustos);
Poda-se, tecnicamente, mal – Contratam-se empresas que não treinam seus funcionários e que ganham por produção – saem cortando podando o que podem e o que não podem;
Descumprem acordos feitos com o Ministério Público – Firmamos um acordo que gerou a doação de 65 mil mudas e o chamado projeto Minha Cidade Mais Verde. Não se conhecem os detalhes sobre a execução do acordo, mas sabe-se que ele não foi cumprido.
...e agora, a moda são palmeiras e vasos. Para a atual administração, árvores são enfeites e não seres vivos que ao cumprirem seu papel ecológico e ao exercerem sua fisiologia, trazem uma série de benefícios (limpam e umidificam o ar, produzem sombreamento, por exemplo). Canteiros centrais enormes, IMPERMEABILIZADOS, agora recebem vasos e palmeiras.
Agora só falta colocarem árvores artificiais feitas de plástico e pano colorido.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Tentando proteger!



"TENTAMOS PROTEGER A ÁRVORE, ESQUECIDOS DE QUE É ELA QUE NOS PROTEGE".

Quero publicar uma série de considerações sobre a arborização urbana, especialmente em Sorocaba.
De início, para provocar, esse aforisma de Drummond, em "O avesso das coisas".

A foto que ilustra esta matéria registra o ato da assinatura de um decreto do prefeito de Porto Feliz, Cláudio Maffei, que aceitou, prontamente, minha sugestão de tornar esse belo espécime de Jequitibá "imune de corte". Valeu, Maffei! Assim, outros prefeitos tivessem sua sensibilidade para com a causa ambientalista!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O abalo dos muros

O texto que se segue foi publicado na "Folha de São Paulo", na coluna Tendências/Debates. Resolvi reproduzí-lo aqui, por conta da importância política do tema e da brilhante análise feita por seu autor.


O abalo dos muros
FREI BETTO



O programa Bolsa-Fartura de Bush reúne quantia suficiente para erradicar a fome no mundo. Mas quem se preocupa com os pobres?



NO PRÓXIMO ano, completam-se 20 anos da queda do Muro de Berlim, símbolo da bipolaridade do mundo dividido em dois sistemas: capitalista e socialista. Agora assistimos ao declínio de Wall Street (rua do Muro), na qual se concentram as sedes dos maiores bancos e instituições financeiras.
O muro que dá nome à rua de Nova York foi erguido pelos holandeses em 1652 e derrubado pelos ingleses em 1699. Nova Amsterdam deu lugar a Nova York.
O apocalipse ideológico no Leste Europeu, jamais previsto pelos analistas, fortaleceu a idéia de que fora do capitalismo não há salvação. Agora, a crise do sistema financeiro derruba o dogma da imaculada concepção do livre mercado como única panacéia para o bom andamento da economia.
Ainda não é o fim do capitalismo, mas talvez seja a agonia do caráter neoliberal que hipertrofiou o sistema financeiro. Acumular fortunas tornou-se mais importante que produzir bens e serviços. A bolha especulativa inflou e, súbito, estourou.
Repete-se, contudo, a velha receita: após privatizar os ganhos, o sistema socializa os prejuízos. Desmorona a cantilena do 'menos Estado e mais iniciativa privada'. Na hora da crise, apela-se ao Estado como bóia de salvamento na forma de US$ 700 bilhões (5% do PIB dos EUA ou o custo de todo o petróleo consumido em um ano naquele país) a serem injetados para anabolizar o sistema financeiro.
O programa Bolsa-Fartura de Bush reúne quantia suficiente para erradicar a fome no mundo. Mas quem se preocupa com os pobres? Devido ao aumento dos preços dos alimentos, nos últimos 12 meses, o número de famintos crônicos subiu de 854 milhões para 950 milhões, segundo Jacques Diouf, diretor-geral da FAO (Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação).
Quem pagará a fatura do Proer usamericano? A resposta é óbvia: o contribuinte. Prevê-se o desemprego imediato de 11 milhões de pessoas vinculadas ao mercado de capitais e à construção civil. Os fundos de pensão, descapitalizados, não terão como honrar os direitos de milhões de aposentados, sobretudo de quem investiu em previdência privada.
A restrição do crédito tende a inibir a produção e o consumo. Os bancos de investimentos colocam as barbas de molho. Os impostos sofrerão aumentos. O mercado ficará sob regime de liberdade vigiada: vale agora o modelo chinês de controle político da economia, e não mais o controle da política pela economia, como ocorre no neoliberalismo.
Em 1967, J.K. Galbraith chamava a atenção para a crise do caráter industrial do capitalismo. Nomes como Ford, Rockefeller, Carnegie ou Guggenheim, exemplos de empreendedores, desapareciam do cenário econômico para dar lugar à ampla rede de acionistas anônimos. O valor da empresa deslocava-se do parque industrial para a Bolsa de Valores.
Na década seguinte, Daniel Bell alertaria para a íntima associação entre informação e especulação e apontaria as contradições culturais do capitalismo: o ascetismo (= acumulação) em choque com o estímulo consumista; os valores da modernidade destronados pelo caráter iconoclasta das inovações científicas e tecnológicas; lei e ética em antagonismo quanto mais o mercado se arvora em árbitro das relações econômicas e sociais.
Se a queda do Muro de Berlim trouxe ao Leste Europeu mais liberdade e menos justiça, introduzindo desigualdades gritantes, o abalo de Wall Street obriga o capitalismo a se repensar. O cassino global torna o mundo mais feliz? Óbvio que não. O fracasso do socialismo real significa vitória do capitalismo virtual (real para apenas um terço da humanidade)?
Também não.
Não se mede o fracasso do capitalismo por suas crises financeiras, e sim pela exclusão -de acesso a bens essenciais de consumo e direitos de cidadania, como alimentação, saúde e educação- de dois terços da humanidade. São 4 bilhões de pessoas que, segundo a ONU, vivem entre a miséria e a pobreza, com renda diária inferior a US$ 2.
Há, sim, que buscar, com urgência, um outro mundo possível, economicamente justo, politicamente democrático e ecologicamente sustentável.


CARLOS ALBERTO LIBÂNIO CHRISTO , o Frei Betto, 64, frade dominicano e escritor, é autor de 'Calendário do Poder' (Rocco), entre outros livros. Foi assessor especial da Presidência da República (2003-2004).

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

AGRADECIMENTO


Mais da metade dos vereadores que comporão o novo colegiado de vereadores da Câmara Municipal de Sorocaba foram eleitos com menos votos que a soma dos que obtive. É legal? Pode ser. Mas é justo? Quatro mil cento e treze eleitores confiaram a mim o seu voto. O sistema eleitoral atual transferiu esses votos a outro candidato, a outro partido. É justo para com a vontade do eleitor?
A questão está em debate no Tribunal Superior Eleitoral. Em entrevista à “Folha de São Paulo”, logo que assumiu a presidência do TSE, o ministro Carlos Ayres Brito argumenta, quando questionado sobre a tese do quociente eleitoral: Até que ponto a lei pode, a pretexto de implantar um sistema proporcional de votação e apuração, desconsiderar o voto do eleitor e desviar esse voto para quem não o recebeu? A lei, ao que parece, está entrando em contradição ao permitir que partidos e políticos se apropriem de votos que não lhes foram dados.
Além do debate no TSE, aqui, abaixo do Olimpo, onde vivem os reles mortais, tenho recebido muitas manifestações de eleitores contrariados, inconformados com o resultado.
Bem, mas esta é outra questão.
O que desejo neste momento é agradecer. Foram 4.113 eleitores que demonstraram seu apoio à minha candidatura. Demonstraram, com seu voto, seu apoio e sua confiança!
Com respeito aos vários questionamentos que me têm sido feitos sobre meu futuro político, ainda quero avaliar os resultados e, depois, decidir o caminho a seguir.
Obrigado pelo voto, pelo apoio e pela confiança!