sexta-feira, 11 de junho de 2010


A SOLIDÃO DAS PROTETORAS E PROTETORES DE ANIMAIS

Quanto mais tenho me envolvido pessoal e politicamente na causa dos Direitos dos Animais, mais e mais tenho percebido alguns fatos relevantes.
Apesar de ser, constitucionalmente, responsável pela vida e pelo destino dos animais, o Estado, pouco ou nada faz.
Alguns municípios, por não educarem e por não ter políticas de castração, enfim, por não terem políticas públicas neste setor, têm em suas ruas um número enorme de animais perambulando famintos, sarnentos e doentes. E o que fazem em relação a isto? Que saída procuram? Matam. Matam animais doentes e matam animais saudáveis. Dizem que não há espaço. A saída é matar.
Esta situação acaba levando um grande número de pessoas sensíveis ao sofrimento dessas criaturas indefesas – os protetores de animais - a dar abrigo, alimento, medicação e carinho a eles.
Há quem o faça de forma adequada e com um nível de envolvimento razoável, porém, há quem ultrapasse todos os limites. Aliando sua sensibilidade ao testemunho de tanto sofrimento e a ausência da ação Estatal, mesmo sem condições adequadas, estas pessoas vão recolhendo animais, animais, e mais animais.
Já vi pessoas em um ambiente residencial simples com várias dezenas de cachorros e gatos e, em alguns casos, ultrapassando o absurdo número de cem animais. Para elas, não há escolha!

Muitas vezes, com pouco espaço e com poucos recursos financeiros, não conseguem atender às necessidades dos animais que recolhem e, por isso sofrem. Há casos em que necessitam de amparo psicológico profissional.
Essas pessoas e seus animais não podem representar apenas incômodo aos seus vizinhos e pauta jornalística em situações extremas. Elas e seus animais precisam da presença do Estado. Elas e seus animais necessitam de políticas públicas fortes e conseqüentes.
É isso que a sociedade espera.